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  • Foto do escritorApoena Torres Forte de Lima

“A doença infantil do comunismo: esquerdismo” – Lênin.



O ocidente mostra, reiteradas vezes, sua superioridade em perpetrar violência organizada e manter a guerra semiótica – cuja nascença é na Guerra Fria – em seu benefício. Como dizia o pai da tragédia, dramaturgo da Grécia Antiga, Éstilo, “na guerra, a verdade é a primeira vítima”, e os meios de comunicação hegemônicos têm tratado de manejar e formar a opinião pública em prol dos interesses imperialistas.


No Brasil, como em variados cantos do mundo, a discussão sobre o conflito na Ucrânia (Rússia X Ucrânia, OTAN) tem sido deliberadamente rasa e partidária. Ocultando a gênesis do conflito, sua natureza e o contexto histórico e geopolítico. Não obstante, a esquerda, que, naturalmente, deveria fazer contraponto às ambições imperialista, padeceu de uma confusão idiossincrática: PACIFISMO.


O Pacifismo não há de ser interpretado como a defesa à paz, mas sim, como um conjunto de teorias que que apregoam uma inexorável e, muitas vezes, até unilateral renúncia ao conflito. Inspirados, provavelmente, pelo exemplo de Gandhi. Dessa forma, repudiam toda e qualquer reação violenta.


· Comunismo e Pacifismo


A visão tradicional marxista propugna a paz, entretanto, a leitura da realidade concreta é indubitável para entender as causas de um conflito, e assim, sua legitimidade. Historicamente, a derrocada do despotismo czarista na Rússia e ascensão ao poder dos membros da Duma e, posteriormente, dos Sovietes – governados pelos Bolcheviques –, fez surgir a oposição russa oficial à Primeira Guerra Mundial, sucedendo na sua saída da guerra, o que desencadeou o conchavo de várias potências a tentar debelar o poder bolchevique. Dessa forma, uma guerra de rapina é deslegitimada perante a concepção marxista; ao contrário, uma guerra anti-imperialista, anticolonial, antiescravagista é uma reação contra a opressão de classe, que, portanto, se bem que por outros fundamentos também, não pode ser comparada a primeira.


Outrossim, as ideias de valores universais são avessas a tradição marxista, e ainda, extremamente pueril a qualquer um que tenha lido Maquiavel e entendido que a moral, as bases e a estratégia se determinam entre si dentro da ação política. Portanto, comparar contextos históricos diferentes a partir pressupostos de “justiça universal” é uma análise política de 5º categoria.


O comparativo puro é tão esdruxulo, politicamente dizendo, que seria comparar o direito de resistência dos guerrilheiros às forças ditatórias brasileiras (1964). Seria comparar a morte de Marielle Franco à de Boilesen (ex-presidente da Ultragaz).

Então o que dizemos por “esquerda”, no sentido patológico, é que são orientados por princípios cristalizados, que enturvam sua visão de mundo e os impede de analisar a realidade concreta, o contexto histórico.

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Gênesis do Conflito


A animosidade entre os dois países é histórica, contudo, numa análise mais recente, qual a extensão do artigo nos permite decorrer e é suficiente, em 2014, houve o golpe de Maidan, sublevação esta que, praticamente, fez com que o Presidente democraticamente eleito, Yanukóvytch, fosse destituído da presidência. Por conseguinte, agentes políticos nazistas começaram a formar o poder na Ucrânia. Vale ressaltar o régio apoio do Pentágono ao golpe, segundo autoridades Russas e autoridades prófugas da Ucrânia, os EUA financiou mercenários da Geórgia para causar convulsão social na manifestação de 2014.


Desde então, as duas províncias do leste da Ucrânia, recém reconhecidas, República Popular de Donetsk e Lugansk, são bombardeadas, atacadas, torturadas. E a omissão do Ocidente foi ensurdecedora. E as forças russas vêm descobrindo laboratórios biológicos de desenvolvimento de patógenos como arma biológica, dos EUA.


É fato que, como a jurista e professora Carol Proner diz, o direito internacional é solipsista, isto é, podemos ver nitidamente o quão discriminatório são as condenações de crime contra humanidade. Segundo porta-voz do Ministério da Relações Exteriores da China, de 1946 a início do século XXI, houveram aproximadamente 248 conflitos armados no mundo, destes, 201 iniciados pelos Estados Unidos. O que nos enseja a dúvida de onde está as sanções aos EUA e toda a ojeriza irascível e estrépito, como fazem agora com a Rússia!


Por fim, é indefectível que o atual conflito maior (Rússia X EUA) não é uma expressão da luta contra o capitalismo, de forças socialistas exercendo o direito de resistência. É um confronto intercapitalista, mas assimétrico! É uma mudança na correlação de forças no cenário da geopolítica internacional. Uma derrota dos EUA implica uma derrota do imperialismo.

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