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  • Foto do escritorApoena Torres Forte de Lima

UBERIZAÇÃO, BREVE REFLEXÃO PARA O DIA DO TRABALHADOR



Em outros tempos, meados do século

XIX, pelos chãos das fábricas inglesas, um carrasco estalava o chicote sobre o

lombo proletário que demonstrasse pachorra ou fugaz indisposição para com a produção. Em termos efetivos, pois, um trabalhador, segundo documentos históricos, não poderia sentar-se, ou descansar de qualquer outro modo, pois lá já estalava o chicote. Sem adentrar nas paupérrimas e cruéis relações trabalhista do limiar da revolução industrial, este exemplo histórico aduz para a premissa principal da produção capitalista e o único princípio orientador do Capital

“lucro irrestrito”.

E se antes havia um chicote

ostensivo controlando os trabalhadores, hoje nós temos um sistema de controle e

organização do trabalho: a Uberização, como diz Ludmila Abílio, pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados da USP. No qual o chicote passa a ser dispensado, e, ideologicamente, o próprio trabalhador faz-se-lhe algoz. Outrossim, a incorporação de princípios do Toyotismo, como o just in time, que, claro, era relacionado à produção, isto é, produzir sob encomenda, mas agora é associado à força de trabalho; de tal sorte, se contraí a força de trabalho sob uma perspectiva de jornada de trabalho indubitavelmente acerba ao trabalhador, pois os “poros de trabalho”(tempo que o operário gasta até seu posto de trabalho e esse tipo de ocasião rotineira do trabalhador na qual ele não está efetivamente produzindo) que antes considerados pertinentes à jornada de trabalho, atualmente,

estão sendo escamoteados pela percepção de efetivo produzido, e sua mão-de-obra é requerida e remunerada sob demandas pontuais, trabalho intermitente.

Por conseguinte, a regulação do

trabalho deve ser instada com definidos pontos, já que algumas propostas como a da Tabata Amaral (PSB), “regime de trabalho sob demanda”      , emprega alguns direitos sociais aos trabalhadores, mas sob a lógica do just in time. Por essas e outras, tais questões são complexas, pois tratam de redefinir conceitos historicamente postos, e, ao que tudo indica, conduz a relações de trabalho mais insalubres e inadequadas do que se poderia ter. Materialmente, pois, o que temos visto são crescente trabalhadores

informais MEIs, jornadas de trabalho que estiolam o trabalhador, 6 dias por

semana em média e 12hrs por dia de trabalho, não nos piores dos casos.




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