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  • Foto do escritorApoena Torres Forte de Lima

Um breve ensaio: Idiossincrasia do Vitupério Antissocialista

É absolutamente corriqueiro e, ao mesmo tempo, falaz a discussão de formações socioeconômicas a partir de perguntas simplórias que reduzem todo emaranhado das mesmas. Desta forma, o marxista-leninista sempre, ao nível de vil indagações, se deparam com perguntas como “onde o socialismo deu certo?” e afins. Não obstante, é necessário combater tudo que culmina em caricaturas, pois são uma estratégia sórdida de debates cuja estrutura e natureza são díspares à construção acadêmica e científica.


Na dialética erística, a arte de vencer o debate sem necessariamente ter razão, discorrido por Schopenhauer num livro que alberga 38 estratagemas que levam a esse triunfo espúrio, são a base dos debates vis que não têm no cerne dos interesses a verdade objetiva, mas sim, o comprovamento de suas teses, independentemente de serem elevadas ao julgo da razão. Tal-qualmente, esse método é usado a torto e a direito por aqueles que pretendem perverter a natureza do conjunto de princípios que visam reorganizar o tecido socioeconômico da sociedade, o socialismo.


Em razão da referida estratégia, pode-se rechaçar com pergunta oposta e proporcional. Não havendo duvidas que, existindo um ou outro país capitalista que goze de padrões de vida melhores à média, estão estes, indubitavelmente, no “platô econômico” do “desenvolvimento”, como dizem os professores Drs. Paulo Gala e André Roncaglia; e que pela lógica concorrencial e imperialista – dada necessidade de expansão dos mercados do capital – alçam esta posição às custas de países de cuja economia e interesses nacionais curvam-se, subservientes, aos louros da hegemonia dos “desenvolvidos”. Isto é, basicamente, deve-se a divisão internacional do trabalho, estruturada ainda no alvorecer da acumulação primitiva do capital, como nos respalda a instância da prática histórica, e que tais grilhões sejam reproduzidos até os dias de hoje com diferentes nuances e dispositivos menos belicosos, à medida do possível, e mais concentrados nos aparelhos ideológicos burgueses.


Dadas formulações teórico-metodológicas de Marx, vemo-nos compelidos a recorrer às instâncias históricas para auferir alguma “objetividade” às teorias que construímos ao reproduzir a realidade material no plano ideal, mediante máxima possível fidelidade interpretativa, e que, nesse processo, averiguamos que o socialismo está repleto de triunfos. Se não para entrar na natureza superior das nações que se arriscaram (mesmo dados seus equívocos que lhe conduziram, não de maneira unívoca, a não serem mais socialistas) ou das que ainda permanecem socialistas, e que, portanto, apresentando alguma superioridade sistêmica para população; perquiramos os beneplácitos que o movimento extraiu em forma de avanços sociais, na conquista de direitos civis, políticos, trabalhistas etc., no decorrer da história e em sociedades burguesas, ou seja, mesmo não rompendo a institucionalidade e a ordem burguesa.


Dessa forma, avanços jurídicos nas relações produtivas, como vicejamento da legislação trabalhista, e demais conquistas que representaram a restituição dos frutos do trabalho social – que deveriam naturalmente ser posses dos trabalhadores – quais foram sistematicamente usurpados pelo jugo do capital, são benesses que devem ser relegadas à luta socialista, em que no decorrer da história enfrentam as contradições inatas do capitalismo, e este último, ao temer a depressão sociopolítica, abre concessões que não pela benevolência.


Por fim e em suma, segundo Antonio Candido "o que se pensa ser a face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue."



autor: Apoena Torres Lima, economista em formação pela CSEH-UEG.

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